Biografia da Escritora e Diretora Juliana Duarte Monteiro

Quando eu era pequena, tive uma queda de bicicleta na avenida. Estava toda machucada, mas me levantei rapidamente, já sabia que tinha um propósito naquele dia. Tinha apenas 7 anos. Nasci no Conjunto Palmeiras, uma comunidade do bairro Jangurussu, em Fortaleza. Minha primeira escola até o ensino fundamental I foi a Escolinha da Mônica. Lá, fiz muitos amigos, e um dos meus melhores amigos se chamava Leon. Desde pequena, observava as meninas com vaidade, mas não me identificava muito com isso; considerava os homens mais verdadeiros que muitas mulheres. Cresci naquela escola, tendo uma infância muito boa, apesar do acidente que me causou um galo na cabeça, momento em que me deram xilito para calar a boca. Mesmo assim, tive ótimos professores que guardo na memória e que fizeram parte da minha formação.

Não lembro exatamente em que série, mas foi na infância que descobri o amor de criança por um tal Sérgio, lembrando da música A Nossa Velha Infância dos Tribalistas, a coisa mais brega do mundo. Quando cheguei ao Fundamental II, era nerd e meio enjoada. Escutava rock com meus primos Jorge e George, e naquela época, não imaginava que me apaixonaria por esse gênero musical e me tornaria uma das maiores fãs do Linkin Park. Era uma febre, e, quando comecei a estudar no Colégio Modelo, adorava invadir a coordenação no intervalo para tocar Linkin Park no som. David, meu amigo que morava em frente à casa da minha mãe, comprava um pôster do LP para mim todos os dias. Foi uma verdadeira epidemia musical até o ensino médio. Na minha turma, só havia rapazes: Ronald Oreião, Wender Tio Chico, Emanuel, Marcelo Tigreza, Junior e Bruno. Mais tarde, outras meninas se juntaram: Virgínia, Rafaela, Angela e Natália. Nessa época, foi a primeira vez que "gaziei" aula com meu amigo Pablo. Só recordações boas.

Minha jornada como cristã começou quando um casal de crentes me convidou para a Assembleia de Deus. Na época, tinha curiosidade de visitar a igreja por causa dos músicos e queria aprender a tocar violão. Quando me converti, foi como se virasse uma página em branco — estava inocente e muito empenhada. Acabei chamando a atenção na igreja pelo meu amor ao evangelho, e me encaminharam para uma obra missionária. Lá, tive a oportunidade de trabalhar com pessoas, mas também passei por decepções, já que era muito jovem na fé e não sabia lidar com os "joios". Uma decepção emocional, quando me envolvi com alguém da obra, me causou prejuízos psicológicos e emocionais. Na época, eu tinha 20 anos. Após isso, não consegui me firmar em nenhuma igreja; frequentava algumas, mas logo as deixava.

Acabei vivendo um estilo de vida cristã mais superficial, indo para os cultos sem compromisso e me envolvendo com festas e bebidas. Fui ficando popular no movimento e, mais tarde, passei no IFCE e fundei o GEAF (Grupo de Estudos sobre Feminismo e Agroecologia). Ao mesmo tempo, vivi relacionamentos amorosos frustrados. Conheci muitos estudiosos, militantes, artistas, vereadores e professores, mas, ao sair com os amigos, sentia um vazio existencial, como se tivesse uma espécie de agnosticismo. Entre idas e vindas pelas igrejas evangélicas e até mesmo pela igreja católica, um dia, mexendo no Facebook, conheci um moço chamado Felipe Monteiro. Começamos a namorar online, sem nunca termos nos beijado, e depois oficializamos nosso relacionamento em um encontro no cinema, no dia 22 de dezembro de 2021, quando ele se ajoelhou na minha frente, em um gesto que guardo até hoje na memória.

Ainda congregando na Igreja Shalom, eu havia desistido do IFCE e estava cursando minha segunda graduação na Estácio. Comecei a frequentar a Gileade com Felipe e descobri algo que me fez me apaixonar ainda mais por ele: a pureza, algo que muitos homens não tinham.

Ajudei muitas mulheres vítimas de violência doméstica ao lado da minha grande amiga Edilma, no grupo GAMA (Grupo de Apoio às Mulheres e Agroecologia). Contudo, percebi que era necessário levar essa luta para dentro do cristianismo, sem ir contra os princípios bíblicos.

Me voluntariei como professora de criança na igreja, já exercia a função de forma secular, mas essa oportunidade me fez acordar para mudança que podia ser na vida de muitos através de Cristo. Visitei a Comunidade do Papel através do Impacto de Missões da CN, onde vi Deus agir de forma sobrenatural em um lugar que só Ele poderia ter encontrado. Passando por algumas experiências, me tornei professora do Senai e percebi que podia mudar a realidade de muitos através da Educação, enviando meus textos pelo celular. Me casei com Felipe Monteiro no dia 25 de Agosto de 2023, uma das melhores decisões da minha vida.

Por meio do LinkedIn, conheci o jornalista Silvio Cayua, que me apresentou à AFELCE (Academia Feminina de Letras do Ceará), e me tornei integrante da Academia. Tenho quatro obras publicadas pela editora Uiclap: O Menino que Mentia Demais (livro infantil autoral individual), O Gordo Gordofóbico que Ninguém Entendia (livro infantil autoral individual), Antologia de Juliana Duarte / Edição Especial Dia das Mães (livro de poesias autoral individual) e Sabrina, a Menina que Cumpriu Todos os Mandamentos (livro infanto-juvenil autoral individual).

Já participei de entrevistas na Rádio FM Benfica, no Coletânea Podcast com Racine Fontenele, e na TV Metrópole Canal Aberto 16.1, no programa do Paulo Sadat. Também fiz lançamentos de livros no Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), com o livro O Menino que Mentia Demais, e na Casa José de Alencar (UFC), com o livro Sabrina, a Menina que Cumpriu Todos os Mandamentos. Recentemente, participei como coautora na coletânea Memorial da Palavra Escrita da AFELCE e a coletânea Vozes Femininas: Memórias Compartilhadas de Elogio à Patrona.

Participação no Programa 'Minuto de Fé' da obra missionária Projeto Amigos.
Escritora Juliana Duarte Monteiro na Bienal do Livro 2025 em Fortaleza - CE